A experiência aqui descrita ilustra uma das atividades de um químico: a obtenção de uma substância existente na madeira que provém do caule do ipê. A madeira é um material complexo que contém uma quantidade enorme de substâncias (celulose, lignina, água, sais minerais etc.). Além destas, as plantas produzem outras substâncias que são características de cada espécie. Essas substâncias em geral apresentam qualidades medicinais e muitas vezes estão presentes nos chás usados pela população; vale também destacar que alguns materiais extraídos de plantas (corantes, óleos, látex, essências de perfumes) possuem alto valor comercial. Como os químicos procedem para obter essas substâncias a partir de plantas? Um exemplo disso é o que veremos
a seguir.
Lapachol
O experimento envolve a extração ácido-base do produto natural lapachol (1) de serragem de madeira do ipê, planta pertencente à família das bignoniáceas (Tabela 1).
a seguir.
Lapachol
O experimento envolve a extração ácido-base do produto natural lapachol (1) de serragem de madeira do ipê, planta pertencente à família das bignoniáceas (Tabela 1).
O lapachol (1), cujo nome IUPAC é 2-hidroxi-3-(3-metil-butenil)-nafto-1,4-diona, é uma substância amarela da classe das naftoquinonas e é conhecido desde 1858. Supõe-se que essa substância seja a responsável pela resistência apresentada pelo ipê a cupins.Ela é tão abundante na madeira dos ipês que pelo simples corte já é possível observá-la, na superfície cortada. Sua principal atividade biológica está relacionada a ação antineoplásica contra tumores cancerígenos sólidos. No passado, essa substância foi comercializada pelo Laboratório Farmacêutico de Pernambuco para o tratamento do câncer. Possui também grande atividade antibacteriana, agindo contra bactérias do gênero Brucella (brucelose) e protozoários do gênero Plasmodium (malária).